8.01.2011


Passei muitas vezes por essa capela, muitas vezes a noite, sozinho na escuridão, na esperança de algum anjo aparecer por ali, ou um fantasma, uma alma-penada, um santo conhecido ou mesmo a Ave Maria em espírito, qualquer coisa que me fizesse ter fé - essa mesma fé que percebo nas pessoas que frequentam igrejas. Bom, eu nunca vi nada de anormal, de maneira que minha descrença ainda mais se solidificou. Até que descobri numa coleção de revistas filosóficas, Levis Strauss que dizia, ao observar a vida dos indigenas, mais ou menos isso: que nosso cérebro é preparado/feito para se acreditar em Deus, que a religiosidade é intrínsica ao ser-humano, etc. Depois disso achei por bem descobrir que tipo de Deus eu conseguiria "acreditar". Refleti bastante a respeito e cheguei a conclusão de que a Natureza, da maneira como entendida pelos indigenas se aproximava mais de um Deus verdadeiro - e por que não dizer: possível.

--0--0--0--

...pela primeira vez
em décadas
disse a mim mesmo,
quase que sussurrando,
com sinceridade,
sem pestanejar:
estou feliz...