7.31.2009

-Mestre, que quis dizer no texto da sereia e do tarado?
-Trata-se de uma metáfora sobre o amor não correspondido. É o mais comum; o amor correspondido é mais raro.
-E daí?
-Bom, quem ama e não é amado sofre. E quem é amado não está nem aí com esse sofrer...


Há uma vida atrás dos olhos da borboleta, assim como há atrás dos olhos do fotógrafo.
Não há tipos de vida, a vida é de um jeito só...

7.30.2009




ah como eu amo
e como é gostoso esse amar

sentir o que não é comum
sofrer
chorar

quero isso sim
não quero saber o resultado
vou perder, é sempre assim

tudo bem
sentir o incomum 
já vale a pena


Ir ao inferno

beber do elixir

e voltar fortalecido

7.28.2009


É preciso ir ao fundo do inferno onde o cálice se oferece para beber. Uma bebida pesada, fria, amarga, entretanto de sustento inesgotável... A volta à superfície trará um novo ser, mais forte e preparado para as ilusões comuns. É preciso sim ir ao inferno!

7.24.2009



Dicionários servem para definir palavras e o fazem na medida do possível. Porém, ao se tomar as palavras dos dicionários, definido-as e relacinando-as uma a uma, elas não se completariam: faltaria o abstrato intuitivo, pois que não basta dizer que uma arvore é feita de galhos, folhas e flores; é preciso também ver uma arvore.

7.22.2009


-Mestre, caso as vacas acreditassem em deus, como seria o deus delas?
-Bem, Joãozinho, acho que seria uma vaca gigante, assim como o deus dos cavalos seria um cavalo gigante, o deus das lagartixas seria uma lagartixa gigante, etc.
-Toma como base os humanos?
-Sim, os humanos pensam em deus como um homem que se encontra sabe-se lá onde e que fica olhando o que eles fazem.
-O senhor acredita em deus?
-Acredito, mas não dessa forma.
-Como é seu deus?
-Não é tão fácil explicar, vou mostrá-lo aos poucos.

7.10.2009


atrás do pôr-do-sol
há sempre um amanhecer

..essa é a nossa única esperança

Qual se não o amor, o encanto, poderia ser a primeiríssima reação de um eu frente o mundo? Enquanto a segunda reação – o espanto – levaria a perguntar o que, o como e o porquê da vida (as questões fundamentais). Mas ele perguntará para quem responder? É o mesmo interlocutor para quem se pede clemência antes do ultimo suspiro?

7.01.2009

Amar alguém de sexo diferente ou do mesmo sexo é uma natureza transcendental nítida naqueles que desde cedo tal amar se expressa; ou perversão naqueles que, não tendo a natureza, o fazem por capricho ou deleite. Como natureza: tal não muda, ou muda muito pouco; como perversão muda quando o pervertido quiser...