9.17.2009


Imerso na escuridão das estrelas, ignorando a profundeza abissal do seu exterior, ele atravessou seu mundo interior diluindo-se em fantasma de si mesmo como um deus nascido das entranhas do infinito que busca um não-sei-que de sentido ou mais provavelmente uma fuga “fugaz” do mundo que o rodeia e esmaga, mundo esse que nunca aceitou, ou melhor que não o aceitou, devido sobretudo a suas esquisitices, seus atos inusitados e alucinados, seu modo estranho de lidar som os semelhantes, falar, olhar, rir... Essa imersão que o transforma em nada o levou à descoberta de terras virgens e de gentes sublimes desprovidas de qualquer aspecto de ambivalência, de qualquer característica de interesses escusos, levou-o parece a um paraíso cristão: a melhor imagem desse lugar-de-mundo-além.
Longo tempo passou ali, longas horas ficou seu corpo abandonado a mercê de lobos e abutres a espera da volta de seu dono que não queria vir... Mas eis que ele relutante decidiu retornar – lembrou-se de suas riquezas e conquistas, sua história construída a ferro e fogo, o amor e a saudade dos seus, a importância que desfruta nesse mundo de mentiras -, ele então preferiu voltar, apesar de tudo .