8.08.2009


A igrejinha perdida no meio do mato em que a santa não apareceu quando por ali ele passava, sozinho, carente, descrente de tudo, e tanto necessitava que algo se mostrasse, um fantasma ou uma simples sombra, para poder acreditar em algo "de fora" substanciado em alguma lógica qualquer ou lucidez. A igreja que caiu sobre os fiéis, inclusive matando muitos, e foi notícia no país inteiro a qual o pastor se surpreendeu e deu uma entrevista na tv tratando o fato como pura fatalidade (como se "fatalidade" fosse algo cuja força Deus não pudesse interferir). A sua tia beata que não rezou o pai-nosso no velório do filho por estar ressentida, por Deus não ter atendido a seus apelos quando ele estava doente... São tantos os exemplos de dúvida e descrença, momentos em que algo na vida poderia mudar, um modo diferente de enxergar as coisas, sem mentiras descabidas, sem fugas alienáveis e enfim, sem ilusões vãs. Entretanto essas memórias todas acabam por se perder no tempo, na rotina dos dias e na conclusão de que o melhor é deixar as coisas como estão e seguir o rebanho... Ah, como é difícil mudar o mundo!